domingo, 8 de janeiro de 2012

Ok, espelho. Voce tem razão!



...
- Ok... Tem alguma ideia, um fato ocorrido, que explique o porquê do seu mau relacionamento com as pessoas a sua volta?
- Não entendo muito sobre psicólogos, mas acho que, mesmo contra vontade, estou te pagando pra me responder isso...
- Certo. Pelo que entendi sua mulher o obrigou a se consultar. Por que sua resistência a isso, a procurar ajuda? Se é que quer se ajudado, o que neste caso será muito importante.
- Cara, eu não quero ajuda. Se quisesse eu teria pedido. E ajuda sem pedido não é ajuda, é socorro. Eu não gosto de psicólogos. Eu não vejo como tu possas me ajudar, tenho certeza que tu só estudaste psicologia pra entender ou resolver algum problema ou trauma teu... Isto é bem óbvio. Quem gosta de desenhos quando criança se interessa de uma maneira profissional por desenhos quando adulto. Uma criança apaixonada por carros provavelmente será interessada e trabalhará em alguma área da mecânica de automóveis. Se teu pai bebia e te batia, se teu cachorro morreu, se teu tio tentou te comer, se flagrou tua mãe chupando teu pai... Enfim, que bom que tenha procurado uma solução pros teus problemas estudando psicologia, mas me deixe com os meus. Estou aqui contra minha vontade, é simples...
- É isto que pensa sobre psicólogos? [risos irônicos]
- Não, só quis parecer simpático... [sorrisos irônicos]
- Não acha que talvez se esconda atrás desta anti-sociabilidade por medo de fracassar se tentar ser uma pessoa normal? Sendo assim és forte, solitário no seu “grupo”, o melhor... Acha que este é o teu problema, medo?
- Sim, me cago de medo. Não consigo imaginar acordando todos os dias as 7hrs vestindo uma roupa engomada, ir trabalhar no mesmo horário de todas as outras pessoas. Imagino o quão horrível deve ser desejar ter o mesmo carro que todos desejam, mas não tem. Deve ser uma coisa desgraçada todos os dias almoçar no mesmo horário e voltar pra casa na mesma hora. Assistir os mesmos programas babacas na TV, que todos também estarão ao mesmo tempo assistindo. E pior, rindo. Ou chocados, na outro dia “nossa, viu ontem na TV a criança que levou um tiro?” e o outro responde “porra! Não vi, mas a vizinha do meu cunhado me contou no ônibus vindo pra cá”. E eu, o que eu diria?! Talvez “sorte da criança que não precisará aturar toda essa merda”. Essas coisas me devoram, me destroem e reconstroem, me faz fraco, não quero isso.
- Bom, mas essa rotina de coisas faz parte da vida, também servem muitas vezes como aprendizado.
[Olha ai, vem o comido pelo tio falar em aprendizado...]
- Não é sobre aprender, ganhar ou perder que estou falando, e sim sobre propósito. Por que devo acordar todos os dias as 7hrs, dizer “bom dia” às mesmas pessoas que vou passar todos os dias pela rua, desejar dinheiro e uma boa vida social se já há bastante gente fazendo isto? Já há bastante gente fazendo esse trabalho para o mundo andar. Eu não vou me render, se alguém reclama de minha ausência é porque faço falta, e não excesso. É simples, questão de gosto e afinidade, não gosto de pessoas. Na teoria não me importo com crianças mortas nem com a alta do dólar, não acho graça de comédia e não choro no amor. Eu não faço parte disso...
- Bom, mas não me parece muito lógica a sua postura. Você tecnicamente é uma boa pessoa, tem esposa, família, um emprego, nenhuma passagem criminal... Pode-se dizer que é uma pessoa exemplar.
- Sim, na prática sou uma boa pessoa, e até me esforço bastante pra ser, e mais ainda pra parecer.
- Ok, então me explique o porquê desse repudio todo a vida se na pratica é alguém tão... Tão... Ético, por assim dizer.
- Como falei, não me importo, dou a mínima pra onde as pessoas levam a suas vidas, ou mortes. Não me importo se o mundo está afundando ou emergindo na merda. Afinal, não tenho ligações com elas, altruísmo não se faz presente. Mas faço questão de na prática ser bom, o melhor dentro dos meus limites. É prazeroso pra mim, é como dar um tapa em suas caras e dizer “olhem como vocês são uns bostas! Eu não gosto do seu jogo, não gosto dos jogadores, muito menos de suas regras, e ainda assim consigo ser melhor que vocês. Vocês são uns bostas!“. Mesmo que no fundo, na parte teórica, não consiga imaginar desgraça maior que estudar tantos anos sobre assuntos que não me interessam pra passar um terço do dia, seis dias por semana, fazendo algo que não gosto pra, não sei o porquê, no final do mês comprar coisas que não preciso e ainda ter a cara de pau de resmungar “nossa, como a vida está difícil” e alguém responder “é mesmo, ta fácil pra ninguém”. É isso.
-Então és movido por prazer? Ou felicidade, como preferir chamar...
-Sim. Acho que sim... Odeio muitas coisas, amo poucas. Mas o ódio em contraste me faz amar ainda mais essas poucas. Umas das coisas que mais me enoja nas pessoas comuns é a falta de visão. Visão geral das coisas. Falta de cálculos. Faltam frieza e razão nas decisões. Esforçam-se tanto para “conquistar” suas vidas, se acharem vencedores, mas nem ao menos pararam pra pensar se era isso mesmo que queriam, ou se mesmo isso é uma vitoria, se isso é ser bem sucedido ou errar é fracassar. Não consigo medir e comparar o prazer em ter uma casa na praia, uma lancha, um carrão bonito e todos esses clichês que as pessoas correm atrás (e ainda normalmente não alcançam) com o prazer de sentar-se sob a sombra de uma arvore pra ler um livro, sentado com o cu na grama. Não sei, não consigo medir os prazeres, mas consigo facilmente escolher a mais fácil, com menos dor e sofrimento pelo caminho. Com menos “oi, como vai?”. Não me importa se pareço acomodado. A segunda opção é mais fácil, acessível e prazerosa a meu ver. Mas infelizmente nesse mundo até ter um livro e espaço sob uma árvore é algo difícil.
...
Porra, não acredito que minha mulher me fez gastar meu suado dinheiro indo ao psicólogo. Agora volto a pé pra casa, e aposto que ele vai de carro. Veado. Se não gastasse tanto com bobagem também poderia ter um carro. Eu, o cara que prefere um livro e uma arvore porque tem preguiça de correr atrás dessas coisas legais que todo mundo quer ter. Merda... E olha essas vitrines, cheias de coisas feitas pra gente desejar. Eles não precisam do nosso dinheiro, existem coisas mais valiosas que dinheiro, e uma delas é a submissão. Essas vitrines cheias não são pra atrair nosso dinheiro, e sim nossa atenção, nossos desejos. Baixamos a cabeça e trabalhamos quietos, no máximo sussurrando sobre o quanto vamos nos esforçar mais e mais pra alcançá-los. Acho que até nossa indignação e revolta contra é algo que eles planejam pra que não nos tornemos ociosos e fáceis. Olha esse monte de mendigos jogados na rua, acho que até eles são planejados. É um tipo de contrapeso, uma dosagem de fracasso pros outros verem e dizerem “coitados, vou me esforçar mais pra não acabar assim”. Mas eu não, os vejo e penso “olha que fodidos, desejaram de mais e nunca alcançaram, agora estão ai... otários”. Se bem que... A ideia de fracasso é algo muito relativo, relativo ao que se considera vitória. E também, meu jogo é outro. Talvez meu jogo seja esse, ficar aqui em frente ao espelho encenando conversas com um psicólogo imaginário, onde eu sempre tenho respostas legais. A verdade é que sei que tenho problema, sei que deveria mudar e sei o que está errado em relação o mundo.  Ou talvez seja mais fácil mudar o mundo. Talvez devesse ir a um psicólogo real..

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"Mesmo o mais cético homem da razão deveria crer e curvar-se perante o magnífico e inexplicável milagre alcançado pelos religiosos; O bipedismo!"

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Meu melhor amigo lambe o próprio pau e fui salvo por Jesus

Meu melhor amigo lambe o próprio pau e fui salvo por Jesus
Que cansaço! E agora ainda me faltam algumas horas até chegar em casa. Novamente eu aqui, dentro da bosta de um ônibus cheio de gente que fala. O trabalho na construção civil não é fácil. É pesado, sujo e tranquilizante. Alem de tranquilizante há outro lado bom, solidão. Solidão é sinônimo de liberdade, e liberdade em meu dicionário é o mais próximo de felicidade. Bobagem... Trabalho com outros funcionários na obra. Outros muitos funcionários. Mas todos estão sozinhos. Até certo ponto há um companheirismo entre, mas companheirismo é diferente de amizade, amizade que é antônimo de solidão. Companheirismo são vários solitários se movendo em grupo, em um objetivo em comum. Amizade são varias pessoas diferentes, com pensamentos diferentes, ticos e bocetas diferentes tentando achar algo em comum, o que normalmente não acontece, e resulta em todos os tipos possíveis de atritos e intrigas. Estou com quarenta anos, provavelmente a poucos anos do fim e nunca tive um amigo. Não por falta de oportunidade. Ou por não gostarem de mim. Nunca tive um amigo porque nunca entendi que vantagem se tira de uma amizade. Pra que serve? Pelo pouco que entendo funciona como uma troca. Faço favores, te empresto dinheiro, me preocupo contigo, brigo contigo, choro contigo, rio contigo... E espero que quando a necessidade for minha faça o mesmo por mim. Estou certo? Isso é amizade? Ok, isso é amizade. Meu pensamento é simples; então por que trocar um produto pelo mesmo? É como trocar merda por bosta. Deixe comigo, me viro bem com meus próprios favores, dinheiro, preocupações, brigas, choros, risadas... Então fique com os seus.
Merda de ônibus. Ao menos dessa vez pude sentar bem ao fundo. Ter uma visão geral da merda. Entrei primeiro, algo bom, filas são irritantes. Porra! O primeiro passageiro a entrar é uma mulher com uma criança entre dois e três anos, não sei bem, não entendo nada de crianças, talvez tenha oito ou nove. Na verdade crianças e jovens são a segunda coisa que mais odeio no mundo, a primeira são os adultos, claro. Crianças choram, adultos falam e velhos reclamam, é fato. E em um ônibus sempre há uma boa porcentagem de cada. Essa merda cheia de gente nem arrancou e a criança de dois ou três ou oito ou nove anos já está chorando, uma velha já reclamando do calor (compartilho dessa reclamação) e dois de meia idade discutindo sobre o numero das poltronas. Entrar num ônibus e achar seu lugar é algo bem simples, natural e diria até sociável. Muito mais simples que achar uma parceira sexual a fins reprodutivos ou encontrar alimentos na natureza, por exemplo. Animais são sociáveis. Mas esses asnos não conseguem ser, ou fingir ser, o básico de uma sociedade, e eu que sou o misantropo?!
Uma coisa me chamou atenção. Uma mulher, de uns trinta e poucos ou cinqüenta anos, um nariz fino e longo, cabelos feios, pele feia, uma boca de fumante e uma expressão triste, de uma pessoa sofrida. Aparentemente mais uma operária da vida, uma figurante da vida real. Mas o que me chamou atenção, claro, não foi sua aparência física, mas sim o que fez ao entrar no ônibus da merda, o maldito sinal da cruz. Óbvio, cristã. Veio-me a mente uma reportagem que havia lido pouco antes, resumidamente; era sobre um grande pastor televangélico norte-americano que estava culpando uma comediante lésbica e atéia por conta de um furacão que devastou a cidade inteira onde essa tal comediante morava. O furacão seria algum tipo de castigo divino por sua prejulgada depravação e descrença. Porra, que merda de deus que ostenta sua onipotência mas não tem pontaria de acertar só a pobre mulher, precisava foder a cidade toda?
Comparei-me a lésbica. Eu, um pedreiro descrente ali desejando a morte de uma criança simplesmente porque ela não parava de chorar (haaa nem é tão horrível assim, deus mesmo mandou matar várias só por diversão) também merecia algum tipo de castigo divino. Eu seria a lésbica e o ônibus a cidade, talvez algum caminhoneiro dormindo na contra mão seria o nosso furacão. Mas e ai, ele mataria todos só pra me castigar? Incluindo a criança e a mulher cristã. Talvez o sinal da cruz que ela fez ao entrar no ônibus a protegeu, deus não poderia matá-la. E como ele é muito ruim de mira não iria arriscar me matar e acabar matando uma seguidora. E nos tempos modernos deus não mata criança. Que merda, a puta acabou salvando minha vida por implicação. Logo um dos piores subgêneros da humanidade, religiosos. Pessoas que acham que o ser humano é algo especial, têm a prepotência do dono do universo. Especial... Façam me rir.
Eu acharia a vida algo especial se a cada 100 partos só uma ou duas crianças sobrevivessem. Ai sim seria algo especial, mas nascer, crescer e viver me parece algo tão comum, tão sem graça. Nós somos sem graça. Somos feitos basicamente de água, num planeta tapado de água. Seriamos especiais se fossemos feitos de algo raro, mas água?! Somos tão complexos e especiais quanto uma duna que se forma no deserto. Mas esses bostas sempre acham um jeito de parecerem especiais, mas não vou lá, não vou agradecer! Salvou-me porque quis, eu não pedi, assim como não pedi pra Jesus sofrer na cruz por mim. Nunca teria mesmo um ídolo que se entrega ao invés de lutar. Só quero chegar em casa e dormir. Só isso.
Chegando em casa meu cachorro veio me receber. Taco era um bom cão. Recebia-me sempre com festa, quase morria em agonia por não saber falar e perguntar como fui de viagem, se satisfazia com pulos em minhas pernas já que não podia me abraçar. O sorriso na sua cara era notório, era bonito, transbordava alegria. Nunca emprestei dinheiro pra ele nem tive que consolar-lo quando estava mal por alguma decepção amorosa. Ele sempre matou sozinho no peito todas suas tristezas e só compartilhou comigo suas alegrias, mesmo estando ao meu lado nos momentos ruins. Passou fome, mas ao meu lado. Ele nunca teve grandes ambições e muito menos tentou mudar meus defeitos. Se eu quisesse poderia viver muito mais que esses 40 anos que já tenho, mas Taco não, um ser tão superior como o cão vive em média 10. 10 míseros anos, e todos dedicados ao seu dono ou a procurar um. Já viu um cão triste? Sim, é aquele de rua, sem dono, sem ter a quem se dedicar. Tenho certeza que Taco ficaria ao meu lado se eu tivesse que morar na rua, ficaria ao meu lado se me perdesse no deserto. Ele é livre, pode ir onde quiser, sei que é esperto, conseguiria comida fácil na rua, ele só tem 10 anos pra viver, mas não o faz. Mas e eu? Ficaria com Taco, aquele cão miscigenado e fedorento caso tivesse um carro importado ou um apartamento no centro de uma grande cidade? Eu deixaria de estar com uma mulher de beleza clichê pra fazer Taco explodir de alegria simplesmente fazendo cócegas em sua barriga pulguenta? Porra, que triste. Como pode alguém ser amigo incondicionalmente, por simples prazer próprio, por simples altruísmo?!
Especiais?! A humanidade?! Puta de merda! Não merece a vida que tem, todo o tempo jogado fora com suas besteiras, meu cão só tem 10 anos ou menos. Vejo tanto desperdício de vida no mundo todo. Tanta bondade que só fica na teoria, e quando passa pra pratica é feita por interesse, segundas e terceiras intenções. Há evidencias que provam que a humanidade já havia domesticado o cão 35 mil anos atrás, e aquela puta que me salvou acredita que o mundo só tem 6 mil anos! Ordinária, por isso os cães se mostram mais evoluídos e sociáveis que vocês! Os cães, seres bondosos, que merecem viver 80, 90, 100 anos...
Dediquei meus últimos momentos do dia, já noite, pra ficar ali, sentado na grama ao lado de Taco. Não precisei jogar uma bola de borracha pra Taco buscar, nem massagear sua barriga. Ele também ficou ali, sentado ao meu lado com um olhar distante, visando o horizonte que morria por de trás do asfalto. Logo ele levantou, saiu farejando algo no chão em direção ao fim da rua.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Have a nice day

Nunca acordo de mau humor, normalmente são os decorreres dos dias que me fazem ser assim. Mas naquele dia foi diferente. Acordei com o telefone celular chamando. Eram sete da manhã.
- Quem é?!
- Bom dia, com quem eu falo? - Uma fina voz feminina, era educada de mais pra ser algo de meu interesse. Ou alguém de meu interesse.
- Porra! Tu ligaste pra mim e não sabe?!
-Desculpe o incomodo senhor Daniel.
Desligou.
Puta. Acordou-me em vão. De qualquer forma era quase hora de ir trabalhar. Como sempre sem tomar café em casa. Gosto de passar no bar da esquina está sempre vazio e o café é ótimo. Peguei um jornal. Tinha nada de meu interesse. Nada tinha nada de meu interesse naquele dia. Pedi o café como sempre sem açúcar, enquanto fiquei debruçado sobre o balcão lendo as coisas que não me interessavam.
- Como anda a vida, Dani? – Perguntou a garçonete enquanto torcia um pano úmido.
Não respondi, não tenho saco pra responder. Só queria ler aquela merda de jornal, tomar um café e ir pra puta que pariu trabalhar. Mas ela insistiu;
- Dani, custa muito responder?
- O meu esforço em responder é maior que o teu em não perguntar.
Não era minha intenção, mas ela sorriu e continuou limpando o balcão.
Eu estava pra ter um péssimo dia. Não estava muito quente, mas tinha aquele irritante sol. Como se estivesse sorrindo o tempo todo. Sorrisos são irritantes. E eu sem óculos escuros era como um guerreiro sem elmo. Minha cabeça explodiria! Não era má idéia. Tomei meu café, deixei o jornal e fui em direção a meu trabalho. Muita gente caminhando nas calçadas. Que coisa horrível, pra que tantas? Todas falavam alguma coisa entre si. Algumas falavam sozinhas. Lembro que antigamente, quando jovem eu sofria muito entre as pessoas. Via-as passeando, pra lá e para cá. Achava um desperdício. Era algo triste, depressivo. Cada uma delas tinha algo a me ensinar, uma história pra me contar, um livro a me indicar, quem sabe até uma boceta pra dar. Eram como oportunidades que se iam e me deixavam com um sentimento de perda. Cada pessoa que passava era uma perda. Em algumas vezes ainda olhavam pra trás e sorriam. Mas agora não penso assim, muito pelo contrário. Não imaginava que o propósito da vida das pessoas era ligar às 7 da manhã ou perguntar como eu estava. Passo todos os dias por milhares de pessoas, nunca cruzei por nenhum Beethoven, Bukowski ou Nietzsche. Todas tinham em comum, incluindo os exemplos, nascido com duas pernas e dois braços. Mas por que diabos a maioria só servia pra me ligar às 7 da manhã ou perguntar como eu estava? Isso é tudo quem elas têm a me oferecer?! Que merda.
Eu não tinha esposa ou filhos. Esposa pra que? Estragaria minha suada solidão. Não é fácil, precisa de muito esforço pra conquistar tal liberdade, não iria dividi-la com qualquer uma. E filhos? Nunca entendi esse tal sonho de ter filhos. Por quê? Eu compraria um cavalo se precisasse cavalgar até algum lugar. Compraria um condicionador de ar se estivesse com calor. Mas por que eu precisaria de um filho? Que falta faz um filho? De qualquer maneira existem inúmeros motivos pra não se por um filho no mundo. É cruel. Por que fazer um inocente passar por tudo isso? É egoísmo querer dividir o mundo com uma criança. Um ainda inocente, que logo também se tornaria em um culpado. Estamos todos os dias fabricando mais culpados, e pra que? A maioria sai impune. Nós fizemos a merda, agora que agüentemos! E a meu ver já temos pessoas de mais. De muitas etnias. Prefiro me isentar ao máximo de culpa, não contribuir colocando mais uma. Será que só eu penso que existem pessoas de mais?! Há um equilíbrio entre sapos e cobras em um brejo, que depende também da quantidade de moscas e larvas. E nós, humanos? Temos equilíbrio com o que?!
Merda de gente distribuindo panfletos. Merda de gente que cita versículos da bíblia, mas nem ao menos sabe ler. Merda de vendedores gritando aos berros. Talvez ele venda óculos e salve minha vida. Não queria dever minha vida a um asno qualquer, mas não há outra maneira.
- Quanto custa os óculos escuros mais baratos?
- 12.
- Vou levar. Mas só tenho uma nota de 20, ou uma de 10.
- Não tenho troco, lhe faço dois por 20, feito?
- Sim, uso um na cara e outro em meus ovos. Se vende dois por 20, também pode vender um só por 10.
-Desculpe, chefia. Ai ficaria ruim pra mim.
- Então fia no teu rabo esta merda.
Porra. Só poderia ser uma pessoa. Se fosse um cavalo vendendo óculos eu teria feito negocio. Sabia que não poderia confiar a minha vida nas mãos de uma pessoa. E ainda faltava chegar num escritório cheio de gente. Pior, gente que fala. Merda! Ainda faltam 10 horas pra eu voltar pra casa e encher a cara de uísque. Se ao menos pudesse beber durante o dia...
Eu não sei por que bebo. Nunca achei bom o gosto de nenhuma bebida alcoólica. Eu preferiria comer chocolate. Trancado em casa enchendo o rabo de chocolate. Mas eu tinha que beber. Achava que beber poderia ser um bom atrativo enquanto eu esperava. Ninguém gosta de esperar. Mesmo que seja uma operação com risco de vida tu quer entrar logo na sala de cirurgia, ou então não ir ao medico consultar por medo de ter que esperar, com aquela tensão toda. Também sou assim. Odeio esperar e estou tenso. Mas ainda não sei pelo que espero, e não vou passar a vida lendo revistas sobre pescaria ou carros esportivos. Vou beber, sempre. Até algo acontecer. E como em qualquer tipo espera, quando não se tem um atrativo tudo passa mais devagar. Só passaram-se duas horas do meu dia e eu já tinha pensado varias vezes em morrer. Algo anormal. Só deve-se pensar em morrer uma ou duas vezes por dia. Só pra se manter vivo por algum motivo bobo, talvez vender óculos na rua ou compor a 9ª sinfonia.
Por que existem algumas poucas pessoas brilhantes enquanto a extrema maioria são de insignificantes?! E por que não o contrário? Passear todos os dias por ruas infestadas de pessoas brilhante, necessárias ao mundo. Assim eu me destacaria. E seria respeitado. Duvido muito que os brilhantes me ligariam às 7 da manhã.
Faltavam duas quadras pra chegar ao trabalho, era hora de encarnar o personagem. Ser um bom ator. Sempre fui. Avistei tudo fechado, sem a normal movimentação de sempre. Entrei no prédio. Só vi o porteiro. Fui até minha sala. Trancada. Ninguém. Paraíso. O que devo pensar? Que o dia até ali tinha sido uma pegadinha, agora era minha recompensa, passar o resto do dia só. Não... Sou muito cético e racional. Deus não existe.
Desci, ainda sem sair do personagem, e fui falar com o porteiro.
- Eiii, amigo. Alguém morreu?
- Infelizmente sim.
- Porra! Conta ai, o que houve?
- Lembra da Marlin? Que trabalhava nos serviços gerais, aparecia pouco. Guria muito reservada...
- Sim, claro que lembro. Era muito linda. – Pra falar a verdade muito mais que bonita, ela era a melhor pessoa do mundo. Nunca falou comigo ou me ligou. Tinha uma bela bunda e um rosto branco com grandes olhos castanhos.
-Pois é... Cometeu suicídio durante a madrugada. Mas antes esquartejou seu filho de quatro anos. Parece que deixou uma carta horrível tentando justificar o feito. Ai o chefe achou melhor não abrir o escritório hoje. Todos estão no velório.
- Porra cara, que baita merda! – Naquele momento realmente fiquei triste. O personagem se diluiu. Ela não merecia morrer. Estava mais pra uma pessoa brilhante que insignificante. Sempre no canto dela. Nunca falou comigo, o que melhor posso esperar de uma pessoa? Será que ela tinha algo a me ensinar? Puta merda, que desperdício.
- Pois é Dani... Só vou arrumar algumas coisas aqui e vou pra lá. E tu, o que faz aqui? Todos foram avisados sobre o acontecido. Ninguém te ligou avisando que hoje não haveria expediente?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Que se foda o plástico protetor!

Eu penso bastante sobre a vida. Na verdade sobre a morte. Li no jornal que uma velha estava completando 115 anos, ainda lúcida gostava de tricotar e assistir filmes antigos. Por que alguém iria querer viver tanto? Pra que? A média de vida é bem menor. Será que ela tinha medo de morrer, talvez por isso vivesse tanto? Eu nunca tive medo de morrer, mas me cago de medo da morte, não de morrer. Grande merda um tiro na cabeça ou uma corda em volta do pescoço. Já tive dezenas de acidentes piores, fraturas, cortes, casamentos... Desde criança tenho medo da morte. A maioria das pessoas se divide entre duas opiniões sobre a morte; vida após a morte e reencarnação, ou escuridão total. Eu tenho medo da primeira, e acho que a velha também. Provavelmente a velha tenha mais medo, viveu mais, sofreu mais. Tenho nem metade da idade dela e meu maior medo é voltar e ter que viver tudo de novo. Por que alguém iria querer isso?!
Mas e a segunda opção, o que eu estou esperando? Simplesmente se desligar. Como tirar um eletrodoméstico da tomada. Um eletrodoméstico velho, que não mais será usado. Lembro de uma frase, não do autor, que dizia mais ou menos assim; “Antes de nascer passei bilhões e bilhões anos morto, e não me lembro de nenhum inconveniente”. Também tenho medo da segunda opção, um medo bem menor e menos desesperador que o medo da primeira, mas mesmo assim um medo. Desligar-me assim, sem mais nem menos. Eu não teria a oportunidade de me arrepender. Vivo unicamente pra poder me arrepender de coisas que fiz, não de coisas que deixei de fazer. Mas pelo fato de eu concordar com a segunda opção, e entende-la, por conseqüência me faz pensar diferente. Ela mexe comigo. Se a idéia é desativar a máquina, qual o problema em agora rodar no máximo? Sem medo de estragar, afinal, ela está para ser desativada. Qualquer coisa é lucro. Merda de pensamento que voa. Agora penso que usando a máquina tão intensamente e só conhecendo lados bons eu possa acabar gostando. Ai o medo seria ter que desligá-la. Talvez assim eu perdesse o medo da primeira opção. Talvez as pessoas que gostam da primeira opção pensem assim. Tem esperança de voltar e rodar no máximo. Acho que não... As pessoas que seguem a primeira opção não têm esse perfil. São chatas e desinteressantes, e eu desinteressado. Compram sofás e nunca tiram o plástico. Sentam com rabo no plástico mesmo em dias quentes. Tem medo de estragar algo que foi feito pra dar conforto ao cu. A que custo, tão esperando o que? Porra, eu não quero usar um plástico. Quero ter a chance de me deteriorar com o tempo! Fui feito pra estragar. Fui moldado assim.
115 anos. Pobre velha. Logo vai se transformar numa foto. Um porta-retrato ao lado de um sofá coberto com plástico. Não vai fazer falta nenhuma no mundo. Eu também não farei. Alguém talvez ao passar em frente ao meu porta-retrato irá lembrar-se de alguma palhaçada que fiz. De alguma aventura que vivemos juntos. Ou de alguma historia que contei. Talvez até de alguma cicatriz que lhe causei. Mas irá tranquilamente viver sem mim. Provavelmente viverá até melhor. Que merda, uma vida toda de esforço pra um resultado sem retorno! Não vou ganhar nada com tudo isso. Qual a graça começar algo sabendo do inevitável fim? Não há pra onde correr. Mas gosto da idéia de resolver tudo logo, sem esperar. Autonomia, iniciativa, domínio. Desligo quando quiser, e se quiser. Dentro dessa pequena margem, entre nascer e morrer é que estou. É o meu proveito, a chave do meu poder.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Todos já comeram a sua pizza em algum sábado à noite

Sábado, 22hrs. Dois meses sem fumar um toste. Não sou um drogado, trabalho, tenho vida, família, empenhos mesmo estando na meia idade. Sou menos drogado que o gordinho que vai todo dia comer carne gorda na churrascaria. Só estava a fim de viajar. Viajar na minha. Sozinho. Eu não precisava, mas queria. Merecia. Estava de folga, queria relaxar. Ou será que não temos direito a relaxar? Liguei para a tele-entrega, em meia hora estava com minha maconha entregue em casa. Na porta. Era boa, tinha um cheiro doce. Enquanto o gordinho pra comer a picanha deve ter pagado o que eu ganho em horas de trabalho, eu com alguns trocados tinha minha liberdade entregue em casa. Na comodidade do lar. E melhor. O gordinho não pode me julgar. Alguém que toma cerveja não pode julgar quem come carne gorda. Quem come carne gorda não pode julgar quem fuma cigarro. Quem fuma cigarros convencionais não pode julgar quem fuma maconha. Quem fuma maconha não pode julgar quem cheira cocaína. Quem cheira cocaína também não tem o direito de julgar o pobre gordinho... Sempre há alguém a frente e cada um paga o preço que acha justo por sua liberdade. E a minha custava apenas uns trocados e uns míseros neurônios. E o tráfico de drogas e seus males? Eu com isso! É um problema burocrático, econômico, social. Tenho nada a ver com isso. E não me importo. Liguei e pedi maconha como ligo e peço pizza. Pizzas que tem me feito mais mal que maconha. O que acham que aconteceria se proibissem as pizzas porque elas não pagam impostos? Haveria tráfico de pizzas, viciados, famílias sofreriam com entes queridos entregues na mão na pizza. Deus odiaria pizza. Pizza seria coisa do demônio. E obvio, assim como acontece nas drogas, a culpa seria da massa, do queijo, do tomate... É assim que é! As pessoas culpam a pobre planta.
Já são 12hrs. Minha maconha está acabando. Não matei ninguém. E aparentemente ninguém me matou. Estou com uma puta fome. Vou ligar e pedir uma pizza.

No desespero bati minha cabeça na parede

Todos me conhecem por Reubem, nome dum personagem da trilogia do Ocean’s Eleven que usava uns óculos com grossas armações pretas, além dos óculos dizem que tenho um sotaque parecido. Tenho 22 anos, e atualmente me recuperando de um acidente de carro. Minha perna direita ficou muito fodida, já consigo mal e porcamente andar com ajuda de uma muleta. Mas nada me deixou tão mal quanto a falta de sexo. Mesmo com essa cara e aparência de nerd sempre fui um garanhão. E sou. Depois que comecei nunca tinha ficado tanto tempo sem meter. Contando uma semana de hospital mais quatro dias em casa já são onze. Acredito que nenhuma mulher vai deixar de me dar por causa de uma perna torta... Desde que cheguei do hospital ainda não vi uma mulher. Lá era impossível ter uma ereção, quanto mais comer alguém. Eu realmente me acho um cara muito macho, exemplo de masculinidade. Mas a verdade é que estou explodindo! Preciso trepar, por pra fora! Mas o que posso fazer preso num apartamento com minha mãe? Nunca bateria punheta, sou macho de mais pra isso. De tão macho que sou penso que masturbação é o primeiro passo a homossexualidade. Explico minha paranóia... Sou extremamente macho, o meu pau é de um macho. Se eu usar minha mão pra acariciar meu pau e eu sentir algum prazer, se meu pau sentir prazer estaria dando prazer a um macho. Ao pau de um macho. Nada impede que esse mesmo prazer que causaria a meu pau, que é um pau de macho, também poderia ser causado a um terceiro, contando pau e mão. Potencialmente eu poderia dar prazer a outro macho, já que o experimento funcionou comigo. Eu me sentiria um gay em potencial. Assim como uma virgem não deixa de ser mulher. Ficaria pior do que estou agora. Não há alternativas, terei que dar uma volta na noite a procura de uma boceta.
Até pensei na idéia de chamar alguma amiguinha aqui pra me cu-i-dar, mas nem o diabo tira minha mãe do meu pé. Azar do Valdemar! Vou dar um jeito de sair depois que minha mãe desmaiar de sono. Ela tem um sono muito pesado. Mesmo assim não tinha como arriscar chamar uma perversa aqui no AP, muitos vizinhos atentos, sem contar minhas tias que estão sempre por aqui.  Felizmente era sexta feira, um dia muito propício ao crime. Não eram 23hrs, ela me trouxe os antibióticos e foi dormir. Agora era comigo, meu pau e minha perna torta. Que merda. Até agora não sei se não caiu a ficha ou minha perna realmente não tem valor comparado a quantidade de porra que tenho pra por pra fora. Botei uma roupa qualquer, uma calça bem larga pra tentar disfarçar a perna torta. Mas não resolveu o problema, eu continuava caminhando estilo “ta raso, ta fundo” e agora com um rebolado estranho. Que merda! Peguei o elevador, o prédio estava deserto. A primeira parte foi fácil. De taxi fui direto a um lugar conhecido. Mas que estranhamente no dia não havia conhecidos. Nenhuma conhecida. Talvez houvesse alguma grande festa que não fui convidado por conta de minha perna anzol. O bar tinha um clima escuro, fechado sem nenhuma janela, meus olhos estavam vermelhos de irritação da fumaça de cigarros.

Eu não fumava, mas bebia bastante. Já nem lembrava mais dos antibióticos que tinha tomado antes de sair de casa. Tanto faz. Só precisava de uma boceta e tinham algumas por ali. Aproximei-me de uma. Estava sozinha, bebendo algo forte. Sentada num canto ainda mais escuro. Fumava muito. Mas tinha um rosto muito bonito. Atraente. Parecia ser gordinha, tinha um papo grande. Seu pescoço era estranho. Mas mesmo assim tinha um rosto bonito, uma boca bem desenhada com um batom café. Logo estávamos trocando beijos. Sempre fui bom de conversa, só precisava de uma oportunidade e em 5 minutos qualquer mulher era minha. Perguntei a ela se havia algum lugar mais reservado. Ela me levou para trás do bar. Parecia conhecer bem o lugar, passamos por atrás da copa, passando pela cozinha. Sem falar com nenhum dos garçons, nenhum dos funcionários. Nem ao menos cumprimentou. Nem eles nos cumprimentaram. Achei estranho, não pude deixar de pensar que ela iria me cobrar alguma. Azar... Eu pago!

Atrás do bar era um beco, uma ruela que ligava a rua principal ao lado do bar a uma rua secundária. Ninguém passaria por ali, mas a alguns metros era possível ver as pessoas passando na rua. Conversas, risadas, música alta. O local era escuro e frio, com paredes pichadas. Mas havia um facho de luz que vinha de algum apartamento acima. Pude vê-la de corpo inteiro. Porra. Ela era feia de doer. Estranha. Fui injusto em meu primeiro julgamento, não era gorda. Só meio gorda. Ela só tinha uma barriga grande, e o papo no pescoço. Tirando o papo e a barriga caída ela era magra. As pernas muito finas, e agora ela parecia mais alta. Usava uma calça muito justa. Não tinha bunda. Nada! Era incrivelmente reta nas costas. E com os joelhos curvados a frente. Que merda, ela era um girino! Porra! Olha aonde vim parar. De mãos dadas com aquele ser, e aquele ser de mãos dadas comigo literalmente caminhando em direção a escuridão. Tenho certeza que ela deve no mínimo ter notado meu andar estranho. Minha perna estranha. Mas como eu ela deve ter pensado “não mexo com a perna dele e ele não mexe com minha barriga”. Fomos ali, no lugar mais escuro. Escorei-a contra a parede. Parecia que a parede havia sido feita pras suas costas retas. Encostou por completo na parede. Ela baixou só um pouco as calças. Não era o suficiente pra abrir as pernas, mas eu tinha um grande tico. A barriga dela estava atrapalhando. Estava difícil enfiar. Porra! Que mulher seca, muito frígida. Na hora me passou pela cabeça uma famosa frase entre os machões “o homem que chama uma mulher de frígida tem uma má língua”. Mas eu não iria por a boca ali, embaixo daquela barriga. Fiz mais força. Consegui. Era apertado e seco. Foi como enfiar o pau no buraco de um tijolo seis furos. Era horrível. E não estávamos num ângulo bom. Sua barriga me afastava um pouco e sua boceta era seca. Não consegui enfiar mais que um terço do pau. Fiquei ali, com movimentos limitados usando um terço do pau. A cabeça e um pouco mais. Mas enfim. Eu só precisava gozar. A mulher não fazia nada, só ficava ali. Parecia que estava se misturando a parede. Tanto faz, faltava pouco pra gozar. Estava me empolgando. Metendo mais rápido e forte aquele um terço de pau. Quase lá! Quase escapando. Segurando-a pela bunda consegui erguer-la um pouco contra a parede. Era agora! Eu iria gozar! Iria me sentir homem de novo! Estava mais forte e rápido. Quando na empolgação o meu um terço de pau escapa de sua boceta e entre suas penas se choca de cabeça contra a parede, de testa no muro. Com a força de quem já iria gozar! Naquele momento ela deu um urro de susto, como se fosse o pau dela. Mas não, era meu pau! Perdi a voz, mal conseguia gemer de dor. Era horrível. Ela ficou assustada e eu ali, abaixado com o pau na mão de cara pra sua boceta. Que dor! Era uma dor diferente, não como quando se bate com os ovos. Era horrível! Ali estava eu, macho suficiente pra achar que masturbação é coisa de veado, agora acocado gemendo com o pau na mão massageando tentado passar a dor, de cara pra boceta da mulher girino. Se alguém visse a cena o que iria imaginar?! Que eu estava batendo punheta e chupando a girino. Duas coisas que não pretendia fazer nunca!

Enquanto eu continuava massageando o pau fazendo caras e bocas mostrando a dor que sentia, ela já tentava puxar a calça sobre a caída barriga. A briga era feia. A cena toda era feia. Mas ela ainda estava mais assustada que eu. Disse que precisava entrar. E foi. Ainda puxando a calça dando pulinhos. Pelo menos não cobrou nada por minha cravada na parede. E como já estava com o pau na mão e pronto a gozar, por que não terminar? O que mais poderia dar errado? Meu orgulho de machão já era.
Eu devia ter usado camisinha, vai saber quem mais já se escorou naquela mesma parede...